Eu confesso: não sou amiga de ex-namorados. Ao contrário de outras garotas, não faço o menor esforço para manter a amizade de quem saiu dos meus pensamentos e da minha agenda.
Não é por raiva, não é por revanche.
É simplesmente por desinteresse.
O elo que nos uniu foi rompido na separação.
Aquela vontade de estar junto, de compartilhar as pequenas coisas do cotidiano, de trocar um olhar furtivo e cúmplice no meio da multidão perdeu-se.
Não sobra base nenhuma em cima da qual construir uma relação de amizade. Quem já foi tudo para alguém é melhor que se transforme em nada, com a ruptura, e não em pouco.
Não estou dizendo que se deva ser rude, ridícula, bruta. Ou que se bata o telefone na cara ao ouvir aquela voz cujo timbre, tiveram tanto poder e influência e grande significado para você. Também não prego que se lancem calúnias, embora seja grande a tentação.
E acho uma tolice, na separação, pegar por birra, e só por birra, os livros e os discos que você sabe que são os prediletos dela. Tudo isso seriam provas de um espírito fraco, vingativo.
O que recomendo, e pratico, é a indiferença. A indiferença pode ser natural, o que é a melhor opção. Ou pode ser também cultivada, caso o namorado perdido continue a ter presença em seus pensamentos. O que se deve evitar, enfim, é a continuação empobrecida, sem sentido e quase sempre hipócrita de uma relação que se acabou.
Por mais que se diga e que se finja que não, um homem só é genuinamente amigo de outro homem. O pequeno grande código da amizade não mistura homens e mulheres.
Uma relação entre um homem e uma mulher pode ser divina. Uma das maiores bênçãos que Deus concedeu ao homem é estar dentro da mulher amada, unidos no corpo, unidos na alma, num lapso de tempo que, embora precário, se confunde com a eternidade. Uma dupla, metade masculina e metade feminina, pode formar um universo de enlevo, êxtase e inspiração. Mas a amizade fica de fora. Sejamos objetivos: o único amigo genuíno que uma mulher pode encontrar no gênero masculino é, até para reproduzir a situação clássica masculina, aquele que há de compartilhar com ela um olhar cúmplice de admiração quando irromper um homem considerado bonito.
Pri. Estava buscando no google sobre este assunto e encontrei seu ótimo texto. Também compartilho da mesma opinião, não entendo como as pessoas conseguem manter uma amizade com alguém depois de romper um forte laço de amor. Parabéns pelas ideias, foi um desabafo ler seu texto.
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